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Notícias do campo Missionário

Queridos e Amados Irmãos

Peço-lhes perdão pela demora de notícias e desde já peço a comprensão dos irmãos.

Estamos no período das chuvas intensas onde o rio Solimões está enchendo e é quase impossível ter sinal de internet  e não consigo anexar as fotos.

É uma época de escassez maior ainda pois até alimentos quase não se encontra nos supermercados. As prateleiras quase vazias. Ficamos todo o mês de janeiro sem margarina e por aí vai.

Peço a comprensão dos irmãos.



RELATÓRIO DAS ATIVIDADES Dezembro /Janeiro

Depois de uma breve estádia no Rio de Janeiro, recomeçamos nossas atividades em Tabatinga. Enquanto não retomamos as obras da Agemiw Amazonas tivemos a oportunidade de visitar a Comunidade Bom Pastor no município de Amaturá. Descemos o Rio Solimões em um barco de médio porte que levou 7 horas de Tabatinga até Amaturá. Para chegar à aldeia, nos foi oferecida uma carona em uma canoinha com mais 10 pessoas, mas chegamos em paz no Bom Pastor. Foram 4 dias de imersão total na cultura e na língua ticuna, tendo em vista que  eu era a única pessoa que não falava  a língua ticuna ou seja homem branco entre eles . Foi a maior experiência transcultural que já tive. Foi o I Congresso das Igrejas Evangélicas Ticunas com o objetivo de avançar na evangelização dos povos indígenas. Fui a convite dos Pastores Magno e André Ticuna, pastores Wesleyanos. E como eles falaram, abriram as portas para que eu pudesse entrar em sua cultura e eu me senti honrada e com grande responsabilidade nas mãos.

Como já tenho falado Deus tem me dado uma chave de entrada nesta cultura que são os meus cabelos. Em toda aldeia que chego é uma benção, eles adoram meus cabelos e isto faz com que as crianças logo se aproximem de mim o que me dá a oportunidade de trabalhar com eles. Durante estes dias fiquei cercada de crianças. Aproximadamente 40 e todas empolgadíssimas que  me seguiam por todos os lados, foi uma festa. Cantamos, brincamos e após a ministração da Palavra na linguagem deles, no último dia, 12 crianças receberam a Cristo após explicar que salvação é individual. Antes da oração compartilhei meu testemunho de ter recebido a Cristo aos 7 anos de idade e me tornar adulta servindo e nas mãos de Deus,  o que resultou em uma vida e ministério em obediência e abençoada. Preparamos enfeites para apresentação no Culto do domingo a noite e no final, a distribuição de uma simples balinha  mas isto foi o máximo para eles e também o melhor que pude fazer tendo em vista a falta de recursos financeiros. E o mais importante é que Deus operou e tudo foi lindo para glória do nome Dele.

Com este trabalho com as crianças, os adultos se abriram e cada um queria compartilhar alguma coisa de sua cultura. Sua fala, sua forma de comer, seus utensílios ( a colher da casca de bananeira e o prato feito uma cuia). Havia fartura de alimentos pois dias antes os homens haviam saído para caçar e pescar e voltaram regozijando-se de alegria. Trouxeram muitos peixes, de várias qualidades inclusive o mais nobre que é o tambaqui, que eu descrevo com o famoso bacalhau. Jacarés em quantidade, o pássaro mutu e a carne nobre: macaco. De várias espécies. Nunca tinha visto tanto macaco morto junto e acompanhei todo o processo, desde a queima dos pelos até o cozimento.

Havia um galpão onde a comida era preparada e servida para toda a aldeia, café da manhã, almoço e jantar. São tribais, fazem tudo junto e isto é motivo de grande alegria. É claro que não poderia faltar a farinha servida em uma vasilha grande tipo comunitária, onde todos tiram com a mão e colocam em seus pratos, no começo fiquei sem jeito mas tive que me adequar e cair dentro. Ou me adequava ou morria de fome e desta vez nem do pajuru escapei. Aquela bebida de mandioca que é feita mastigada na boca. Imersão cultural total.

Banho somente no rio, onde se lava a roupa e escovam-se também os dentes.  Dormimos em redes com mosqueteiros por causa da quantidade de insetos e em especial pelo risco de contrair malária, pois é ao anoitecer e na madrugada que o mosquito ataca e, além disso, o meu perfume e desodorante oficial era o repelente. E para proteção: calça comprida, tênis, meia e a noite blusa de manga comprida.

É isto é vida missionária.

Mas querem saber o maior desafio para mim: a casinha ( o banheiro). Só Jesus, e durante a noite... (sem comentários).

Mas foi tudo uma bênção e na segunda-feira as 7 da manhã  iniciamos nossa viagem de retorno. Canoa, barco e moto taxi para chegar em Tabatinga as 22:30.

Continuem orando por toda nação indígena em especial pelos ticunas e saterês mauês. Para que Deus possa nos usar na capacitação de obreiros nativos, autóctones, pois somente eles conhecem os segredos de sua própria cultura. Para que sejamos somente facilitadores e que os o Espírito Santo se revele a eles dando a estratégia necessária para ganhar toda a sua etnia e aquelas consideradas não alcançadas.

Motivos de Oração:

Pelos povos indígenas e ribeirinhos

Pela cidade de Tabatinga

Pelos imigrantes estrangeiros neste lugar

Pela conclusão da base missionária em Tabatinga

Pela minha vida, saúde física, emocional e espiritual.

Pela minha família no Rio de Janeiro

Pelos meus mantenedores e intercessores

Pela aquisição de um meio de transporte

Pelo crescimento das  igrejas evangélicas neste lugar

Por um despertamento  espiritual e visão de Reino de Deus neste lugar.

Um forte e imenso abraço a todos:

Miss. Rosinete